Ribeirão Preto

Quadrilha usava apostas on-line para lavar dinheiro do tráfico em Ribeirão Preto, diz MP

Operação Cash Out resultou em cinco prisões temporárias, um suspeito morto e bloqueio judicial de R$ 13 milhões em bens; grupo movimentava toneladas de drogas, segundo o Ministério Público.


Ribeirão Preto (SP) – Uma organização criminosa que operava em Ribeirão Preto e região usava plataformas de apostas on-line para lavar dinheiro do tráfico de drogas, segundo revelou o Ministério Público durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (3). A descoberta é resultado da Operação Cash Out, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) em conjunto com a Polícia Militar.

A operação cumpriu seis mandados de prisão temporária e 20 de busca e apreensão. Um dos alvos morreu durante confronto com policiais. O Judiciário também determinou o bloqueio de R$ 13 milhões em bens dos investigados, incluindo imóveis e veículos de alto padrão.

De acordo com o promotor de Justiça Giulio Chieregatti Saraiva, o uso de casas de apostas para disfarçar a origem ilícita do dinheiro foi uma manobra inusitada e estratégica. “O indivíduo fazia movimentações por meio de sites de apostas para tentar dar aparência de licitude ao dinheiro. Tentava simular que seu padrão de vida vinha das apostas, quando, na verdade, era sustentado pelo tráfico de drogas”, afirmou.

O nome da operação, Cash Out, remete a um termo comum em apostas esportivas on-line, utilizado quando o apostador resgata parte do valor apostado antes do fim do evento. Segundo os investigadores, um dos suspeitos chegou a divulgar nas redes sociais um suposto sucesso como apostador, numa tentativa de justificar o luxo em que vivia.


Rede criminosa e toneladas de entorpecentes

As investigações apontam que a quadrilha operava em larga escala. Desde o início da apuração, foram apreendidos cerca de 300 quilos de drogas, mas o Gaeco estima que a movimentação total chegue à casa das toneladas.

“O que obtemos até agora indica uma logística interestadual, com drogas sendo trazidas de fora de São Paulo para abastecer o tráfico local e subalternos, além de pontos de venda conhecidos como ‘biqueiras'”, detalhou o promotor.

Um desses pontos, localizado em Ribeirão Preto, também foi alvo da operação. No local, a polícia apreendeu porções de cocaína prontas para revenda. O espaço passou a integrar a linha de investigação.


Prisões e novos desdobramentos

Cinco pessoas foram presas até o momento — quatro em Ribeirão Preto e uma em Morro Agudo. Um sexto alvo, um homem de 30 anos com antecedentes criminais por tráfico, morreu em confronto com a polícia durante o cumprimento dos mandados.

As prisões têm caráter temporário, permitindo a continuidade das investigações. A expectativa do Ministério Público é aprofundar a apuração e identificar mais integrantes e ramificações do esquema.

“Nosso objetivo é duplo: retirar esses indivíduos de circulação e recuperar os ativos que foram incorporados ilegalmente ao patrimônio do grupo”, concluiu o promotor.

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