Economia

PIB avança 0,4% no segundo trimestre de 2025, mas desaceleração acende sinal amarelo para a economia

O crescimento consistente da economia brasileira registra nova alta, mas mostra sinais de perda de ritmo

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,4% entre abril e junho de 2025, na comparação com o trimestre anterior, segundo dados divulgados pelo IBGE. Embora o resultado indique expansão, ele representa uma desaceleração significativa em relação ao desempenho anterior — no primeiro trimestre, o avanço havia sido de 1,3%.

Mesmo com esse desaquecimento, o indicador supera levemente a expectativa do mercado — estimava-se uma expansão de 0,3% para o período.


Panorama por setor

Oferta:

  • Serviços: cresceram 0,6%, sustentados por setor financeiro, tecnologia, transporte e atividade imobiliária. Áreas fundamentais do consumo interno mantêm o setor como motor principal da economia.

  • Indústria: teve leve alta de 0,5%, impulsionada pelas extrações (mineração, petróleo) com crescimento de 5,4%, enquanto construção e transformação retrairam.

  • Agropecuária: apresentou leve queda de 0,1%. Apesar disso, manteve crescimento na comparação anual, especialmente no primeiro semestre.

Demanda:

  • Consumo das famílias: cresceu 0,5%, impulsionado por renda real mais estável e programas sociais, ainda que em ritmo inferior ao trimestre anterior.

  • Consumo do governo: caiu 0,6%, sugerindo contenção de gastos públicos.

  • Investimentos: registraram queda de 2,2%, refletindo o impacto dos juros elevados que encarecem o acesso ao crédito.


Indicadores acumulados

  • Comparação anual: o PIB avançou 2,2% frente ao mesmo trimestre de 2024, alinhado às expectativas do mercado.

  • Semestre e 12 meses: o crescimento foi de 2,5% no acumulado do semestre e 3,2% nos últimos 12 meses — um movimento consistente apesar da desaceleração recente. O nível do PIB atingiu o maior patamar desde o início da série em 1996.


Causas da desaceleração e implicações

A alta na taxa básica de juros — Selic em 15%, o maior patamar em duas décadas — tem freado fortemente o consumo e os investimentos. O setor de serviços, por sua resiliência, continua segurando o crescimento, mas a indústria e os investimentos ainda sentem os efeitos do crédito mais restrito.

Essa desaceleração era, inclusive, esperada pelos analistas. Apesar disso, a inflação já dá sinais de arrefecimento, o que abre espaço para o Banco Central considerar eventual redução na Selic ainda em 2025.


O que vem adiante

  • Expectativa de crescimento: o mercado projeta expansão de aproximadamente 2,3% para o ano, e possível arrefecimento abaixo de 2,0% em 2026.

  • Sustentabilidade da recuperação: depende de estímulos ao investimento e manutenção do poder de compra das famílias, sobretudo em meio a incertezas externas como a elevação de tarifas pelos EUA.


Resumo em cifras

Indicador Valor
Crescimento trimestral do PIB 0,4%
Alta anual do PIB 2,2%
Consumo das famílias +0,5%
Investimentos -2,2%
Serviços +0,6%
Indústria +0,5%
Agropecuária -0,1%

Em síntese: o Brasil segue crescendo, mas em ritmo mais moderado. O setor de serviços continua sustentando a economia, enquanto investimentos e agropecuária dão sinais de desaceleração. A pressão dos juros ainda limita um panorama mais robusto, mas a perspectiva de desaceleração na inflação pode abrir caminho para estímulos no curto prazo — um movimento esperado para manter o crescimento em terreno positivo ao longo de 2025.

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