Em uma resposta firme e incomum, a União Europeia (UE) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiram um comunicado oficial para rebater publicamente as declarações do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que voltou a associar vacinas ao desenvolvimento de autismo e a alertar mulheres sobre supostos riscos de se vacinarem durante a gravidez. As instituições classificaram as afirmações como “desinformação sem base científica” e alertaram para os perigos de se minar a confiança do público em campanhas de imunização que salvam milhões de vidas anualmente.
O posicionamento foi motivado por um discurso de Trump em um comício, no qual o republicano repetiu teorias há muito descreditadas pela comunidade médica global. A nota conjunta destaca que “todas as vacinas aprovadas passam por rigorosos testes de segurança e eficácia“, enfatizando que décadas de evidências científicas comprovam que não há ligação entre qualquer vacina e o transtorno do espectro autista. Sobre a gravidez, a OMS reforçou que a vacinação é crucial para proteger tanto a mãe quanto o bebê de doenças potencialmente fatais, como influenza e coqueluche.
O episódio reacende o debate sobre o impacto de declarações de figuras políticas de alto escalão na saúde pública global. Especialistas ouvidos pelo AgoraOn avaliam que a rápida resposta da UE e da OMS reflete um aprendizado pós-pandemia, onde a desinformação se mostrou uma ameaça tangível. Enquanto isso, nos EUA, a declaração de Trump foi celebrada por sua base mais conservadora e criticada por médicos e cientistas, que temem um retrocesso na cobertura vacinal do país caso ele retorne à Presidência. O embate coloca a ciência novamente no centro de uma disputa política polarizada.
