Em um novo capítulo da CPMI das Apostas, o relator da comissão, deputado Duda Salabert (PDT-MG), protocolou um pedido formal de prisão preventiva contra Thiago Tavares de Souza, apontado como sócio de Carlos Henrique de Souza, o “Careca do INSS”, figura central das investigações. O requerimento, endossado pela maioria dos membros da CPI, argumenta que há fortes indícios de que os investigados vêm praticando atos de obstrução à justiça, incluindo possíveis ameaças a testemunhas e destruição de provas digitais. A medida busca evitar que o andamento dos trabalhos seja comprometido.
O relatório preliminar de Salabert aponta que Thiago Tavares não era um mero contador do esquema, mas um operador financeiro chave na suposta lavagem de dinheiro. As movimentações sob sua responsabilidade ultrapassariam R$ 500 milhões, originários de operações ilegais de cassinos online e apostas esportivas não regulamentadas. A defesa do empresário nega todas as acusações e classificou o pedido de prisão como “espetacular e midiático“, afirmando que seu cliente tem colaborado com a investigação.
O desdobramento aumenta significativamente a pressão sobre os investigados e sinaliza a severidade com que a CPMI tratará os casos de tentativa de interferência. A decisão sobre o pedido de prisão agora cabe ao presidente do Senado, que, seguindo o regimento, deve colocá-la em votação em plenário. A aprovação é considerada provável, dada a convergência entre governo e oposição em endurecer o combate ao crime organizado nas apostas. A medida cautelar, se decretada, será a primeira prisão determinada por uma comissão parlamentar nos últimos anos.
