O Ministério da Saúde confirmou nesta quarta-feira (1º) a identificação de 14 casos de intoxicação por metanol em três estados brasileiros, com duas mortes já registradas e cinco pacientes em estado grave. Os casos estão distribuídos entre São Paulo (7), Minas Gerais (4) e Paraná (3), segundo boletim epidemiológico divulgado pela pasta.
As investigações iniciais apontam que as intoxicações estão relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, possivelmente produzidas de forma artesanal e comercializadas irregularmente. As vítimas apresentaram sintomas severos como perda visual, dor abdominal intensa, náuseas e vômitos, evoluindo em alguns casos para coma e falência múltipla de órgãos.
As duas mortes confirmadas ocorreram em São Paulo e Minas Gerais, sendo ambos pacientes do sexo masculino, com idades entre 35 e 42 anos. Dos cinco internados em estado grave, três encontram-se em unidades de terapia intensiva com necessidade de suporte renal por hemodiálise.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu alerta para todas as vigilâncias sanitárias estaduais e municipais, reforçando a fiscalização de estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas, especialmente em regiões periféricas e feiras livres. A agência também determinou a apreensão de lotes suspeitos identificados durante as investigações.
O metanol, também conhecido como álcool metílico, é uma substância tóxica utilizada principalmente como solvente industrial e anticongelante. Quando ingerido, mesmo em pequenas quantidades, pode causar cegueira irreversível e levar à morte. A substância é proibida para consumo humano em todo o território nacional.
O Sistema Único de Saúde (SUS) possui protocolos específicos para o tratamento desta intoxicação, que inclui a administração de antídotos como o etanol e o fomepizol. No entanto, o sucesso do tratamento depende crucialmente do tempo entre a ingestão e o início da assistência médica.
O Ministério da Saúde recomenda que a população:
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Adquira bebidas alcoólicas apenas em estabelecimentos regulamentados
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Verifique selos de autenticidade nas embalagens
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Desconfie de preços excessivamente baixos
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Procure imediatamente atendimento médico em caso de mal-estar após consumo
As secretarias estaduais de Saúde dos três estados envolvidos mantêm vigilância ativa para identificação de novos casos. Profissionais de saúde foram capacizados para reconhecer os sintomas e notificar imediatamente as autoridades sanitárias.
Este é considerado o maior surto de intoxicação por metanol no Brasil desde 2019, quando 12 pessoas morreram no estado de Pernambuco após consumirem cachaça adulterada. As investigações continuam em andamento para identificar a origem das bebidas contaminadas e evitar novos casos.
