O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou nesta quarta-feira (2) que o diálogo de 40 minutos entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente norte-americano Donald Trump, realizado na terça-feira (1º), resultou em avanços concretos nas relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos. Em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, Alckmin detalhou os principais pontos tratados pelos mandatários.
Segundo o vice-presidente, foram estabelecidas metas claras para ampliação do comércio bilateral, com foco na redução de barreiras não tarifárias que limitam as exportações brasileiras. Um dos avanços imediatos foi a criação de um grupo de trabalho técnico para desburocratizar o comércio de produtos agrícolas e industriais entre os dois países.
Na área de tecnologia e inovação, ficou acertada uma parceria estratégica em inteligência artificial e energia limpa. “Há interesse mútuo em desenvolver cadeias produtivas sustentáveis que beneficiem ambas as economias”, afirmou Alckmin, destacando o potencial de colaboração em bioeconomia e transição energética.
O vice-presidente ressaltou o alinhamento em questões ambientais, com Trump demonstrando “interesse genuíno na preservação da Amazônia” e propondo uma cooperação técnica ampliada para o desenvolvimento sustentável da região. Ficou acertada a visita de uma comitiva norte-americana ao Brasil ainda este mês para tratar do tema.
A conversa também abordou a reforma do Conselho de Segurança da ONU, com os EUA reafirmando apoio à candidatura brasileira a um assento permanente. “É reconhecimento do novo papel do Brasil no cenário global”, comentou Alckmin, acrescentando que o tema será tratado na próxima Assembleia Geral das Nações Unidas.
Na questão das tarifas do aço e alumínio – ponto de atrito nas relações bilaterais -, Alckmin informou que foi estabelecido um cronograma de negociações para buscar uma “solução equitativa” ainda em 2025. Um encontro ministerial está marcado para outubro em Washington.
O vice-presidente classificou o diálogo como “produtivo e franco“, destacando o tom respeitoso e construtivo que prevaleceu durante toda a conversa. “Ficou claro o interesse de ambas as partes em aprofundar a relação estratégica“, afirmou, lembrando que os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil.
O Itamaraty já iniciou os trabalhos para operacionalizar os acordos tratados na conversa presidencial. A expectativa é que a relação bilateral atinja novo patamar ainda neste ano, com a possibilidade de visita presidencial recíproca sendo estudada para o primeiro trimestre de 2026.
