Em um anúncio que marca o fim de uma das trajetórias mais influentes da história do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luís Roberto Barroso confirmou publicamente que deixará a Corte em outubro de 2025, quando completa 75 anos, idade limite para a aposentadoria compulsória. A decisão, antecipada com meses de antecedência, encerra um período de 18 anos de atuação no STF, onde Barroso se tornou uma das vozes mais proeminentes em julgamentos sobre democracia, liberdades civis e reforma política.
Barroso, que atualmente também comanda o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi peça central em decisões históricas que moldaram o Brasil recente. Entre seus votos mais emblemáticos estão a criminalização da homofobia, a descriminalização do aborto em casos de má-formação cerebral fetal, e uma série de decisões que fortaleceram as instituições democráticas durante períodos de tensão política. Seu estilo, muitas vezes descrito como “ativista” por críticos e “garantista” por apoiadores, sempre polarizou opiniões, mas sua influência na interpretação constitucional é inquestionável.
O anúncio precoce abre imediatamente a corrida por sua vaga. Especulações no Planalto indicam que o governo buscará um nome alinhado à sua base, porém com perfil técnico e aprovação fácil no Senado. Paralelamente, crescem os rumores sobre um futuro político para o próprio Barroso, cujo nome já foi ventilado para cargos como a embaixada do Brasil em Washington ou mesmo uma candidatura futura. Sua saída, sem dúvida, alterará a dinâmica de votação e o equilíbrio de forças dentro do STF.
