O ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu alta médica na manhã desta segunda-feira (22) após 45 dias de internação no Hospital das Forças Armadas (HFA) em Brasília. O político havia sido hospitalizado para tratamento de complicações dermatológicas e monitoramento cardíaco, segundo boletim médico divulgado pela instituição hospitalar.
Bolsonaro deixou o HFA por volta das 10h30, sendo transportado em veículo oficial para sua residência no bairro Vila Planalto, onde cumprirá regime de prisão domiciliar determinado pela Justiça Federal. O ex-presidente apresentava aparência física debilitada, mas caminhou sem auxílio até o veículo que o aguardava.
O boletim médico final assinado pela equipe do HFA atesta que o paciente concluiu com sucesso o tratamento das lesões cutâneas que motivaram a internação inicial. No entanto, o documento recomenda acompanhamento dermatológico semanal e continuidade dos cuidados cardiológicos, incluindo monitoramento da pressão arterial e frequência cardíaca.
A defesa do ex-presidente protocolou pedido formal para manutenção do regime domiciliar com base em laudos médicos que indicam a necessidade de repouso e cuidados continuados. O Ministério Público Federal, que acompanha o caso, terá 48 horas para se manifestar sobre a solicitação antes da decisão judicial.
O Supremo Tribunal Federal deverá analisar na próxima semana recursos que podem definir o local definitivo de cumprimento da pena. Enquanto isso, Bolsonaro permanecerá sob vigilância da Polícia Federal e com uso de tornozeleira eletrônica em sua residência.
A saúde do ex-presidente tem sido objeto de preocupação desde sua condenação a 27 anos de prisão. Seus advogados argumentam que as condições carcerárias regulares poderiam agravar seu estado de saúde, enquanto o MPF defende que a prisão hospitalar já garante os cuidados necessários.
O retorno à prisão domiciliar ocorre em meio a novos desenvolvimentos processuais que podem influenciar o futuro jurídico do ex-presidente. O STF analisa recursos que contestam a condenação, enquanto a Corte Interamericana de Direitos Humanos recebeu petition questionando a legalidade do processo.
A opinião pública permanece dividida quanto ao tratamento jurídico-penal do ex-presidente, com manifestações tanto favoráveis quanto contrárias às medidas de prisão domiciliar. Especialistas em direito penal apontam que a decisão final sobre o regime de cumprimento de pena deverá considerar tanto aspectos médicos quanto jurídicos.
