O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira (11) dois avanços históricos para a saúde pública brasileira: a produção nacional de uma vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) – principal causa de infecções respiratórias em bebês – e o desenvolvimento do primeiro medicamento totalmente brasileiro para esclerose múltipla. Os projetos representam um investimento de R$ 2,3 bilhões e devem começar a beneficiar a população já em 2026.
Detalhes da Vacina Contra VSR
A vacina, resultado de uma parceria entre Bio-Manguinhos/Fiocruz e Instituto Butantan, utilizará tecnologia de RNA mensageiro – mesma plataforma das vacinas contra COVID-19. Os ensaios clínicos de fase III, realizados com 5 mil voluntários no Brasil, mostraram eficácia de 84% na prevenção de casos graves em recém-nascidos e idosos. A previsão é que a capacidade produtiva atenda toda a demanda do SUS já em 2027, com 20 milhões de doses anuais.
Inovação no Tratamento de Esclerose Múltipla
O novo medicamento, batizado de BrasEM, é um anticorpo monoclonal desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com o Laboratório Farmacêutico de Pernambuco. Estudos mostram que a droga reduz em 78% a progressão da doença e tem 50% menos efeitos colaterais que os tratamentos importados atualmente disponíveis no SUS. O custo de produção será 60% menor que dos similares estrangeiros.
Impacto no SUS e na Soberania Nacional
O ministro da Saúde, Ricardo Lewandowski, destacou que os projetos representam “um passo gigantesco na soberania nacional em saúde“. Atualmente, o SUS gasta R$ 3,2 bilhões por ano com a importação de medicamentos para esclerose múltipla e com internações por complicações do VSR. A produção local deve gerar uma economia de R$ 1,8 bilhão anuais ao sistema público.
A previsão é que a vacina contra VSR seja incorporada ao Programa Nacional de Imunizações ainda em 2026, prioritariamente para gestantes (para proteger recém-nascidos) e idosos. Já o BrasEM estará disponível em unidades de referência a partir do primeiro trimestre de 2026, beneficiando inicialmente 50 mil pacientes.
