A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitiu um alerta epidemiológico para o Brasil após o país registrar um aumento 34 vezes maior nos casos de sarampo em 2025 comparedado ao mesmo período do ano anterior. Os dados, divulgados nesta quinta-feira (11), mostram que o Brasil passou de 47 casos em 2024 para 1.598 confirmados este ano, com registro de oito mortes pela doença até setembro.
Situação Epidemiológica Atual
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1.598 casos confirmados em 2025 (até 10 de setembro)
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8 óbitos registrados, sendo 6 em crianças menores de 5 anos
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17 estados com transmissão ativa da doença
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São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia concentram 65% dos casos
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Cobertura vacinal tríplice viral abaixo de 75% na maioria dos estados
Causas do Surto e Medidas Urgentes
A OPAS identificou como principais fatores para o surto:
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Queda da cobertura vacinal para níveis críticos (inferiores a 75%)
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Movimentos antivacina que ganharam força nos últimos anos
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Falta de verba para campanhas de vacinação em massa
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Falta de vigilância epidemiológica em fronteiras e aeroportos
O Ministério da Saúde anunciou medidas emergenciais:
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Dia D de Vacinação em todos os estados no próximo sábado (13)
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Busca ativa de não vacinados em escolas e creches
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Bloqueio vacinal em áreas com casos confirmados
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Notificação compulsória imediata de casos suspeitos
Recomendações para a População
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Crianças de 6 meses a 5 anos: devem receber duas doses da tríplice viral
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Adultos até 59 anos: verificar carteira de vacinação e regularizar situação
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Profissionais de saúde: dose de reforço independente da situação vacinal
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Viagens internacionais: vacinação obrigatória pelo menos 15 dias antes
Contexto Internacional
O Brasil não registrava surto de sarampo desta magnitude desde 2019, quando perdeu o certificado de eliminação da doença. A OPAS alerta que o cenário atual representa “risco iminente” de reintrodução endêmica do vírus no país, o que poderia levar a milhares de casos e dezenas de mortes evitáveis.
O sarampo é uma doença grave e altamente contagiosa – cada pessoa infectada pode transmitir para até 18 indivíduos não vacinados. A vacinação é a única forma eficaz de prevenção e controle da doença.
