Movimento de queda é impulsionado por ajustes de fim de semestre, cenário externo mais otimista e perda de força da moeda americana no exterior
O dólar comercial encerrou o pregão desta segunda-feira (30) cotado a R$ 5,4350, marcando a menor cotação desde 19 de setembro do ano passado. A queda no dia foi de 0,88%, refletindo uma combinação de fatores técnicos e externos que estimularam a venda da moeda americana e impulsionaram o real.
No acumulado de junho, a divisa registra recuo próximo de 5%, com perda superior a 12% no primeiro semestre de 2025. O movimento acompanha o fluxo positivo para mercados emergentes e uma onda de desvalorização global do dólar frente a outras moedas fortes.
Pressão de fim de semestre e cenário internacional
O desempenho do câmbio foi influenciado pela formação da Ptax, referência usada para liquidação de contratos futuros, típica no encerramento de trimestre. Investidores se posicionaram de forma mais agressiva para garantir preços mais vantajosos no fechamento, contribuindo para a queda da cotação.
No exterior, a moeda americana também perdeu força diante de um ambiente financeiro mais favorável, com expectativas moderadas em relação à política monetária dos Estados Unidos e avanços em negociações comerciais entre grandes economias.
Efeitos no mercado e na economia
A queda do dólar repercutiu positivamente no mercado financeiro brasileiro. O Ibovespa fechou em alta e o real teve desempenho superior ao de outras moedas emergentes.
Com o câmbio em baixa, setores ligados ao consumo, turismo, importação de insumos e companhias endividadas em dólar são beneficiados. Ao mesmo tempo, exportadores podem sentir redução de competitividade, pressionando o planejamento de receitas futuras.
Expectativas
Apesar da queda expressiva, analistas apontam que o cenário cambial continua volátil. A valorização do real pode ser limitada por incertezas internas, como o avanço da pauta fiscal, e externas, especialmente decisões do Federal Reserve sobre os juros americanos.
Projeções de mercado indicam que o dólar pode oscilar entre R$ 5,40 e R$ 5,70 nos próximos meses, dependendo do comportamento dos fluxos estrangeiros, indicadores macroeconômicos e das sinalizações do governo brasileiro em relação ao equilíbrio fiscal.
