Movimento marca cotação mais baixa em duas semanas e reflete atenuação da tensão geopolítica no mercado
O dólar encerrou a segunda-feira cotado a R$ 5,50, no menor patamar das últimas duas semanas. O recuo de 0,4% reflete um movimento de alívio nos mercados após a resposta militar do Irã aos Estados Unidos ser considerada limitada e controlada, afastando, por ora, o risco de escalada militar mais ampla no Oriente Médio.
A queda da moeda americana representa também um acúmulo de desvalorização no mês, em meio a um cenário de enfraquecimento global do dólar e melhora na percepção sobre a economia brasileira.
Crise contida favorece o real
Nos últimos dias, investidores acompanharam com apreensão os desdobramentos dos ataques entre Irã e Estados Unidos, temendo uma guerra de grandes proporções. No entanto, a resposta do governo iraniano — ainda que armada — foi interpretada como simbólica, e não provocou grandes danos estratégicos. Isso reduziu o sentimento de aversão ao risco que costumava pressionar o dólar para cima.
Com o risco geopolítico aparentemente mais controlado, os mercados voltaram a buscar ativos de países emergentes, como o Brasil. O real se beneficiou desse movimento, ganhando força frente ao dólar e reduzindo o custo de importações e dívidas atreladas à moeda americana.
Expectativa por corte de juros nos EUA
Outro fator que contribuiu para a queda do dólar foi o novo sinal do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, sobre a possibilidade de iniciar cortes na taxa de juros ainda no segundo semestre. Essa sinalização reduz o atrativo dos títulos americanos e favorece a entrada de capital em mercados como o Brasil.
Com a expectativa de um ambiente internacional menos hostil e de um real mais valorizado, o câmbio encontrou um momento de respiro após semanas de volatilidade.
Reflexo na bolsa e no petróleo
O movimento de queda do dólar não foi acompanhado pela bolsa de valores. O Ibovespa recuou levemente, refletindo principalmente a desvalorização do petróleo no mercado internacional. A redução dos preços do barril ocorreu diante da percepção de que não haverá interrupções nas rotas comerciais da região, como o Estreito de Ormuz — rota estratégica para o transporte de petróleo.
Com isso, as ações de petroleiras brasileiras também recuaram, influenciando o desempenho geral do índice.
Perspectivas para os próximos dias
Apesar da valorização do real neste início de semana, o mercado segue atento a novos desdobramentos no cenário geopolítico. Pequenos gestos podem gerar reações imprevisíveis e afetar novamente o humor dos investidores.
Além disso, dados econômicos dos Estados Unidos e do Brasil, aliados ao cenário fiscal doméstico, seguem como determinantes para a estabilidade do câmbio nos próximos meses.
Conclusão
O recuo do dólar para R$ 5,50 representa um momento de trégua em meio a um cenário internacional carregado de incertezas. Embora a situação permaneça sensível, a combinação de uma resposta controlada do Irã e a expectativa de juros menores nos Estados Unidos trouxe alívio aos mercados e fortaleceu o real. Agora, o foco dos investidores se volta para a continuidade da trégua no Oriente Médio e os próximos movimentos da política monetária internacional.
