Uma nota oficial divulgada pela Embaixada dos Estados Unidos em Brasília nesta sexta-feira (12) gerou uma das maiores crises diplomáticas recentes entre Brasil e EUA. O documento, publicado no site oficial da representação americana, emite duras críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, classificando suas decisões judiciais como “arbitrárias” e “contrárias aos princípios democráticos”.
O texto da embaixada afirma que “as recentes decisões do Ministro Moraes preocupam a comunidade internacional” e que “medidas que limitam liberdades fundamentais exigem explicações transparentes”. A nota cita especificamente decisões sobre prisões preventivas e bloqueios de redes sociais, though não menciona casos específicos.
Reação Imediata do Itamaraty
O Ministério das Relações Exteriores brasileiro reagiu com veemência e rapidez. O chanceler Mauro Vieira convocou a embaixadora americana, Elizabeth Bagley, para “explicações urgentes” ainda nesta sexta-feira. Em comunicado, o Itamaraty classificou a manifestação como “injerência inaceitável na soberania brasileira” e “violação clara das convenções diplomáticas”.
Fontes do governo afirmam que a nota americana foi interpretada como um apoio implícito a grupos bolsonaristas e uma tentativa de pressionar o andamento do julgamento sobre a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, que ocorre no STF.
Repercussão no Supremo e no Congresso
O presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, convocou uma reunião emergencial com os demais ministros da Corte para discutir o caso. Líderes partidários no Congresso já marcaram reuniões para avaliar a possibilidade de convocação da embaixadora para prestar esclarecimentos no Legislativo.
A crise ocorre em um momento particularmente sensível das relações bilaterais, com negociações comerciais em andamento e discussões sobre cooperação em tecnologia e segurança. Analistas avaliam que o episódio pode ter impactos duradouros na relação entre os dois maiores países das Américas.
