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Emergências com motociclistas adiam cirurgias complexas no SUS

O aumento expressivo de acidentes envolvendo motociclistas está impactando diretamente a realização de cirurgias eletivas de alta complexidade no Sistema Único de Saúde (SUS). No Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), unidade de referência para procedimentos ortopédicos, muitos agendamentos foram cancelados para priorizar vítimas graves de trânsito, sobretudo aquelas vindas de acidentes com motos.

Em 2024, cerca de 1.450 cirurgias eletivas foram adiadas no Into em função das transferências de emergência — e um em cada cinco desses casos envolvia motociclistas. Isso significa que, para cada cirurgia de urgência realizada, cinco procedimentos previamente agendados deixaram de ocorrer .

Além disso, os gastos com internações de vítimas de acidentes de moto ultrapassam R$ 2 bilhões, o que representa 55,2% do total investido nas hospitalizações por acidentes de trânsito, segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares do Ministério da Saúde.

O impacto não se limita aos números: a diretora-geral do Into, Germana Lyra Bahr, explica que cada cirurgia de urgência demanda tempo, estrutura e recursos significativamente maiores. Enquanto uma cirurgia eletiva normalmente requer um tempo de internação bem menor, uma vítima da rua pode ficar internada, em média, 25 dias, demandando antibióticos de alto custo e um longo processo de reabilitação.

Os dados revelam ainda que, de janeiro a junho de 2025, o instituto tem realizado, em média, cinco cirurgias semanais para pacientes graves transferidos por acidentes de trânsito — um ritmo que reflete diretamente na paralisação das operações programadas .

Por fim, os números do Ministério da Saúde mostram que, entre 2010 e 2023, 1,4 milhão de motociclistas foram internados após acidentes no trânsito — equivalentes a 57,2% das internações por lesões viárias no período. Além disso, dados preliminares indicam que 20,8% dos acidentados atendidos em unidades de emergência eram trabalhadores de aplicativos, percentual que chega a 31% em cidades como São Paulo e Belo Horizonte.


Resumo

  • As cirurgias eletivas de alta complexidade estão sendo adiadas para priorizar vítimas graves de acidentes com motocicletas.

  • Uma cirurgia urgente implica cancelar cinco procedimentos agendados.

  • Os elevados custos e a maior complexidade das emergências sobrecarregam ainda mais o sistema.

  • Grande parte das hospitalizações por acidentes de trânsito envolve motociclistas, muitos deles trabalhadores de aplicativos.

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