Economia

Estudos Estratégicos Apontam Caminho para Descarbonização da Petrobras até 2050

Relatórios técnicos encomendados pela estatal delineiam transição energética com investimentos de R$ 280 bilhões em dez anos; plano prevê redução de 70% nas emissões até 2040

A Petrobras divulgou nesta segunda-feira (22) um conjunto de estudos estratégicos que traçam o roteiro para sua descarbonização completa até 2050, alinhando-se às metas do Acordo de Paris e às demandas por sustentabilidade no setor energético global. Os documentos, elaborados por consultorias especializadas e centros de pesquisa nacionais, projetam investimentos da ordem de R$ 280 bilhões na próxima década para transformar a empresa em uma energy company de baixo carbono.

O plano de transição energética, considerado o mais ambicioso do setor petrolífero na América Latina, prevê a redução progressiva das atividades de exploração e produção de petróleo concomitante à expansão agressiva em energias renováveis. A estatal brasileira pretende atingir 70% de redução nas emissões diretas até 2040 e alcançar a neutralidade carbónica até 2050, com metas intermediárias verificáveis a cada cinco anos.

Os estudos destacam o potencial único do Brasil para liderar a transição energética global, dada sua matriz já renovável e expertise em biocombustíveis. A estratégia da Petrobras inclui forte investimento em refinarias de biocombustíveis, com foco em biometano, biodiesel sustentável e combustíveis verdes para aviação e navegação marítima.

exploração do pré-sal não será abandonada, mas sim otimizada com tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CCUS). Os relatórios projetam que até 2035, 40% da produção do pré-sal utilizará CCUS, tornando esses campos entre os petróleos de menor intensidade carbónica do mundo.

hidrogênio verde emerge como pilar central da estratégia, com planos de instalação de gigafactories no Nordeste brasileiro, aproveitando o potencial eólico e solar da região. A empresa pretende se tornar exportadora global de hidrogênio verde até 2040, capturando parte de um mercado que deve movimentar US$ 300 bilhões anuais.

A transição inclui ainda parcerias estratégicas com empresas de tecnologia limpa e a criação de um fundo de venture capital para startups de energia limpa. A Petrobras também se compromete com a restauração de biomas em áreas de operação, particularmente na Mata Atlântica e Amazônia.

Analistas do mercado energético global classificaram o plano como “ousado mas realizável”, destacando a vantagem competitiva brasileira em energias renováveis. A implementação bem-sucedida transformaria a Petrobras em case global de transição energética justa, equilibrando demandas econômicas, sociais e ambientais.

Os estudos completos serão submetidos à aprovação do Conselho de Administração em novembro, com implementação começando já no primeiro trimestre de 2026. A descarbonização da Petrobras representa não apenas uma transformação corporativa, mas um projeto nacional de reconversão industrial com impacto na economia brasileira nas próximas décadas.

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