O mundo da música perdeu um de seus maiores gênios nesta segunda-feira (15). Hermeto Pascoal, o “Bruxo” da música instrumental brasileira, morreu aos 89 anos no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela família através de nota oficial, que pediu privacidade e não divulgou a causa da morte. Considerado um dos maiores compositores e multi-instrumentistas do século XX, Hermeto deixa um legado de inovação e criatividade que influenciou gerações de músicos no Brasil e no mundo.
Trajetória de um Gênio
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Nascimento: 22 de junho de 1936, em Lagoa da Canoa (AL)
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Carreira: 72 anos de dedicação à música
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Instrumentos: dominava mais de 30 instrumentos
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Estilo: misturava forró, jazz, baião e música erudita
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Apelido: “O Bruxo” pela capacidade de criar músicas em qualquer objeto
Principais Obras e Contribuições
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Discografia: 42 álbuns solo e 100 participações especiais
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Composições: mais de 500 músicas registradas
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Projeto “Calendário do Som”: 366 composições, uma para cada dia do ano
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Colaborações: trabalhou com Miles Davis, Airto Moreira e Flora Purim
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Prêmios: 7 Grammys Latinos e 5 Prêmios da Música Brasileira
Legado e Influência
Hermeto era conhecido por:
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Criar músicas com objetos do cotidiano (garrafas, brinquedos, utensílios)
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Desenvolver novos instrumentos musicais
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Formar alguns dos maiores músicos brasileiros
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Pioneirismo na world music antes do termo existir
Repercussão e Homenagens
Artistas e instituições já começaram a prestar homenagens:
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Ministério da Cultura: decreta luto oficial de três dias
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Orquestra Sinfônica Brasileira: anuncia concerto especial
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Miles Davis (em gravação histórica): “Hermeto é o músico mais impressionante do mundo”
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Tributos: programados em São Paulo, Recife e Nova York
Velório e Sepultamento
O corpo será velado:
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Local: Theatro Municipal do Rio de Janeiro
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Data: terça-feira (16), das 10h às 16h
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Sepultamento: Cemitério São João Batista, às 17h
Hermeto Pascoal deixa seis filhos, doze netos e uma geração de músicos que carregam seu legado de irreverência, técnica e amor pela música brasileira. Sua última apresentação foi no Festival de Jazz de Montreux, na Suíça, em julho de 2025, onde recebeu standing ovation por dez minutos consecutivos.
