Nas primeiras páginas dos principais portais dos Estados Unidos e da Europa, o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que tem como réu o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe de Estado, foi amplamente destacado como um evento sem precedentes. A mídia ocidental enfatiza que, apesar da longa história de rupturas institucionalizadas no Brasil, nunca antes um general ou político de alto escalão havia sido levado a julgamento por tramar contra a democracia.
O The Washington Post, por exemplo, ressaltou que, desde a proclamação da República, o Brasil enfrentou diversas tentativas de golpe ou regime ditatorial, mas nunca houve responsabilização judicial dos envolvidos. O New York Times apresentou o caso como um teste fundamental para a democracia brasileira, afirmando que as evidências acumuladas dificultam a absolvição dos acusados, e que o processo pode resultar em anos de prisão.
Na Europa, veículos consagrados também destacaram a relevância histórica do julgamento. O The Guardian declarou que, pela primeira vez, nomes poderosos enfrentam a Justiça por tentar destruir o Estado de Direito. Já o Le Figaro observou que a tensão se intensifica com interferências externas, como as críticas e sanções do governo dos EUA. O El País (Espanha) afirmou que o julgamento coloca o Brasil e Bolsonaro em um embate pela sucessão democrática do país. A revista The Economist deu a capa à situação, destacando o julgamento como exemplo de maturidade institucional — especialmente quando comparado à fragilidade observada em democracias consolidadas como os Estados Unidos.
Elementos-chave destacados pela mídia internacional
| Tema | Destaque |
|---|---|
| Ineditismo | Pela primeira vez, cidadãos de alta patente, inclusive ex-mandatários e militares, são julgados por tentativa de golpe. |
| Resiliência democrática | A cobertura aérea valoriza a atuação do Judiciário como resposta institucional à ameaça autoritária. |
| Comparações internacionais | Brasil ganha status de exemplo no combate à impunidade, contrastando com desafios similares no exterior. |
| Pressões externas | Sanções e intervenções diplomáticas, como as advindas dos EUA, reforçam a narrativa de enfrentamento institucional. |
Conclusão
O eco internacional gerado pelo julgamento de Bolsonaro reforça a importância histórica do momento. O caso transcende a política interna e coloca o país nas manchetes globais como símbolo de justiça e restauração democrática. O noticiário estrangeiro transforma o julgamento em um espelho para outras democracias, em especial aquelas que também enfrentaram crises de legitimidade. Ao mesmo tempo, o processo demonstra que, no Brasil, a lei pode valer para todos — inclusive para os que ocupam posições de poder.
