A inflação oficial do país apresentou desaceleração pelo segundo mês consecutivo, registrando uma alta de 0,43% em abril. O resultado representa uma queda em relação ao mês anterior, quando o índice havia sido de 0,71%, e reforça uma tendência de alívio no custo de vida para os brasileiros. No acumulado do ano, o índice chega a 1,80%, enquanto nos últimos 12 meses o avanço é de 3,69%.
O grupo de Transportes foi o principal responsável por segurar o avanço dos preços no mês, influenciado especialmente pela queda nos preços das passagens aéreas e combustíveis. A redução nos preços da gasolina, embora tímida, contribuiu para o cenário mais favorável.
Por outro lado, os preços dos alimentos voltaram a pesar no bolso da população. Itens como leite longa vida, batata-inglesa e frutas registraram altas expressivas, impactando diretamente o orçamento das famílias, sobretudo das camadas mais vulneráveis. O grupo Alimentação e Bebidas foi um dos que mais subiu, revelando que a cesta básica continua pressionada.
Além disso, os serviços, que englobam desde mensalidades escolares até custos com cuidados pessoais, continuam com variação acima da média geral da inflação. Especialistas destacam que o setor de serviços tende a reagir mais lentamente à política monetária, mantendo-se aquecido mesmo diante da queda dos juros.
A desaceleração da inflação reacende o debate sobre os próximos passos na política de juros. Com o indicador se mantendo dentro do intervalo da meta estabelecida, cresce a expectativa de novos cortes na taxa Selic, que atualmente está em 10,75% ao ano. O comportamento da inflação nos próximos meses, contudo, ainda dependerá de fatores como a volatilidade do dólar, o comportamento dos alimentos in natura e o impacto de eventos climáticos extremos.
Mesmo com o recuo, analistas alertam que ainda é cedo para comemorações. O cenário internacional segue instável, e pressões sobre os preços podem retornar com força, principalmente se houver novas oscilações nos combustíveis ou nos preços dos alimentos.
