A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou deflação de 0,11% em agosto, o menor resultado para o mês desde o início da série histórica, em 2022. Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (9), mostram uma desaceleração generalizada de preços, com destaque para a forte queda nos alimentação e bebidas (-0,56%) e energia elétrica (-4,32%).
Principais Factors da Queda Inflacionária
O comportamento atípico para o mês de agosto – tradicionalmente marcado por reajustes tarifários – foi impulsionado por três fatores principais: a safra recorde de grãos e hortifruti, que aumentou a oferta de alimentos; a redução da bandeira tarifária para patamar verde, sem custo adicional para consumidores; e a valorização do real frente ao dólar, que barateou produtos importados. Pela primeira vez em três anos, todas as nove regiões metropolitanas pesquisadas registraram deflação no período.
Itens com Maiores Quedas
Dentre os 381 itens pesquisados, 65% apresentaram redução de preços. As quedas mais significativas ocorreram em:
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Tomate: -22,3%
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Energia elétrica residencial: -4,3%
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Cebola: -8,7%
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Óleo de soja: -6,2%
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Transporte aéreo: -5,1%
Perspectivas para o Restante do Ano
O IPCA acumulado em 12 meses caiu de 3,8% para 3,2%, ficando significativamente abaixo do centro da meta de inflação (4,5%) pelo terceiro mês consecutivo. Economistas projetam que o ano deve fechar com inflação entre 3,5% e 4%, dependendo do comportamento dos preços administrados no último trimestre. O resultado consolida o cenário de controle inflacionário e abre espaço para novos cortes na taxa Selic pelo Banco Central.
O desempenho positivo da inflação reforça a recuperação do poder de compra das famílias brasileiras, especialmente das classes de menor renda, mais sensíveis às variações nos preços de alimentos e energia.
