A Justiça de São Paulo decretou nesta quinta-feira (25) a prisão preventiva de mais um suspeito pelo assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil, Luiz Fernando de Souza, ocorrido em agosto de 2025. Esta é a quarta prisão relacionada ao caso que completa dois meses de investigações e mobiliza as principais forças de segurança do estado.
O novo investigado, identificado como Marcos Antônio Silva, conhecido como “Marquinhos da Bahia“, é apontado pelas investigações como o responsável pelo fornecimento das armas utilizadas no crime. Segundo o delegado responsável pelo caso, Silva teria vínculos com milícias cariocas e era o elog de ligação entre os executores e os mandantes do assassinato.
As investigações da Operação Édis, conduzida pela Diretoria de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), revelaram que Silva viajou especificamente do Rio para São Paulo dias antes do crime para entregar o arsenal utilizado na execução. A polícia apreendeu gravações telefônicas que comprovariam seu envolvimento na logística do homicídio.
O ex-delegado-geral foi assassinado com 12 tiros na saída de um restaurante na zona sul da capital paulista. As câmeras de segurança registraram a ação de dois homens em uma motocicleta, que abordaram a vítima e efetuaram os disparos à queima-roupa. A crueldade do crime chocou a corporação e levou ao envolvimento direto do governador Tarcísio de Freitas.
As linhas de investigação apontam para três possíveis motivações: vingança por operações policiais contra milícias quando o delegado estava à frente da PC-SP, conflitos internos na polícia ou interesses políticos relacionados a investigações sensíveis que a vítima conduzia.
O governador Tarcísio de Freitas determinou recursos ilimitados para as investigações e ofereceu recompensa de R$ 100 mil por informações que levem aos mandantes. “Não mediremos esforços para esclarecer este crime bárbaro que atingiu não apenas uma família, mas toda instituição policial”, afirmou o governador.
Até o momento, já foram presos:
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José Carlos Santos (executor material do crime)
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Paulo Roberto Silva (ajudante na logística)
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Antônio Ferreira (informante que indicou rotina da vítima)
A Polícia Civil trabalha agora para identificar os mandantes intelectuais do crime. As investigações seguem sob sigilo judicial e com escolta armada para testemunhas-chave. O caso deve ser julgado pela Justiça Federal devido às conexões interestaduais e possíveis violações de direitos humanos.
O assassinato do ex-delegado-geral representa o crime de maior repercussão na polícia paulista desde a morte do delegado Sérgio Paranhos Fleury em 1979. A comoção interna levou a protestos de policiais civis que exigem apuração rápida e punição exemplar para todos os envolvidos.
