A morte de um trabalhador durante a desmontagem da estrutura da Agrishow, em Ribeirão Preto, chocou organizadores, expositores e visitantes da maior feira de tecnologia agrícola do Brasil. O caso reacendeu um debate importante sobre as condições de trabalho e a segurança nos bastidores de eventos de grande porte.
O acidente, ocorrido ao final do evento, envolveu a queda de uma estrutura metálica sobre um funcionário terceirizado. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. A tragédia gerou questionamentos sobre os protocolos adotados pela organização da feira e sobre a fiscalização do trabalho temporário contratado para montagem e desmontagem de pavilhões.
Especialistas apontam que, embora eventos desse porte sigam normas técnicas e procedimentos obrigatórios, a aplicação e fiscalização dessas regras muitas vezes enfrentam desafios práticos. Equipes terceirizadas, muitas vezes contratadas em cima da hora, trabalham sob pressão para cumprir prazos apertados, o que aumenta o risco de falhas e acidentes.
Além do impacto emocional entre os colegas e familiares, o caso também levanta questões jurídicas e de responsabilidade civil. A investigação do acidente deve identificar falhas no planejamento, na execução e no monitoramento das atividades de risco.
A morte também abriu espaço para uma reflexão mais ampla sobre os bastidores da realização de grandes eventos. Enquanto os holofotes costumam estar voltados para os resultados, negócios fechados e inovações apresentadas, as condições de quem trabalha nos bastidores nem sempre recebem a atenção necessária.
Entidades ligadas ao setor de eventos e segurança do trabalho reforçam a importância da adoção de práticas rigorosas de prevenção, como treinamentos constantes, uso correto de equipamentos de proteção individual (EPIs), acompanhamento técnico de engenheiros e cumprimento de normas regulamentadoras.
A expectativa é que o episódio sirva de alerta e leve à revisão de procedimentos em futuras edições da feira, bem como em outros eventos de grande público e estrutura complexa. A vida e a segurança dos trabalhadores precisam ser tratadas com prioridade desde o planejamento até o encerramento de qualquer atividade.
