Na manhã desta sexta-feira (14), Ribeirão Preto foi palco de uma grave ocorrência de trânsito que chocou a população local. Um gari foi atropelado enquanto atravessava a faixa de pedestre, no centro da cidade, e o motorista fugiu do local sem prestar socorro. O acidente ocorreu na movimentada Avenida Saudade, por volta das 6h, em plena luz do dia, o que aumentou a revolta e a comoção em torno do caso.
O gari, identificado como José Carlos da Silva, de 46 anos, estava em pleno exercício de suas funções quando foi atingido por um veículo de cor preta, que avançou o sinal de pedestres. Testemunhas que presenciaram o atropelamento afirmaram que o motorista estava em alta velocidade e não demonstrou qualquer intenção de parar após o impacto.
Imediatamente após o acidente, transeuntes e colegas de trabalho de José Carlos acionaram o SAMU, que chegou rapidamente ao local. A vítima foi levada em estado grave para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte, onde permanece internada na UTI com múltiplas fraturas e traumatismo craniano. Segundo informações da equipe médica, o estado de saúde do gari é crítico, mas ele está sendo monitorado de perto.
A busca pelo motorista
A fuga do motorista gerou grande indignação entre os moradores de Ribeirão Preto, principalmente pela falta de socorro prestado à vítima, o que configura crime de omissão de socorro. A Polícia Militar foi acionada e iniciou imediatamente as buscas pelo veículo envolvido no atropelamento.
Imagens de câmeras de segurança da região estão sendo analisadas para identificar o responsável. Testemunhas também relataram que o carro envolvido no acidente pode ser um modelo sedan preto, mas ainda não há confirmação oficial. O delegado responsável pelo caso, Paulo Santoro, afirmou que a investigação está em andamento e que qualquer informação que possa ajudar a localizar o motorista é bem-vinda.
“A fuga após um acidente como este agrava a situação. Além de responder por lesão corporal grave, o condutor também será indiciado por omissão de socorro, o que aumenta significativamente a pena”, destacou Santoro. Ele ainda ressaltou que a colaboração da população será essencial para que o culpado seja identificado e levado à justiça.
A indignação da comunidade
O acidente gerou uma onda de comoção nas redes sociais e entre os colegas de trabalho de José Carlos. Em diversas postagens, pessoas expressaram revolta com o desrespeito à vida humana e a indiferença do motorista em não prestar socorro.
“Estamos todos em choque. José é um trabalhador dedicado, que sempre estava aqui, cuidando da limpeza da cidade. Saber que alguém pode simplesmente atropelar uma pessoa na faixa de pedestre e fugir é revoltante”, desabafou um colega de José Carlos, que também atua na limpeza urbana.
A família da vítima, em estado de desespero, pede por justiça. Maria Aparecida, esposa de José Carlos, relatou à imprensa que a vítima sempre foi muito cuidadosa no trânsito e que aquele era o trajeto que fazia todos os dias para o trabalho. “Ele sempre saía cedo, porque gostava de fazer o trabalho dele direito. Agora estamos aqui, esperando que ele sobreviva a essa brutalidade. Queremos que o motorista pague pelo que fez”, disse emocionada.
A segurança no trânsito e a responsabilidade
O atropelamento de José Carlos da Silva reacendeu debates sobre a segurança dos pedestres nas ruas de Ribeirão Preto, especialmente daqueles que, como ele, estão trabalhando nas vias públicas diariamente. Acidentes envolvendo trabalhadores em vias públicas, como garis e funcionários de obras, têm sido uma preocupação crescente nas grandes cidades.
Especialistas em trânsito reforçam a necessidade de maior fiscalização em áreas de grande movimentação de pedestres e alertam para a responsabilidade dos motoristas ao dirigir em vias urbanas. “A imprudência no trânsito tem custado vidas diariamente. Respeitar a faixa de pedestres é um dos princípios básicos de civilidade e segurança no trânsito. Fatos como esse precisam ser enfrentados com maior rigor na punição de quem desrespeita as leis”, afirmou o especialista em mobilidade urbana, Gustavo Almeida.
Conclusão
Enquanto a polícia segue nas investigações, o caso de José Carlos da Silva destaca a urgência de mais ações para garantir a segurança dos pedestres, especialmente daqueles que desempenham funções essenciais nas ruas da cidade. O atropelamento do gari não só expõe a fragilidade da segurança nas vias, como também a falta de consciência de alguns motoristas, que insistem em ignorar as regras de trânsito e o respeito à vida.
A população de Ribeirão Preto aguarda ansiosamente que o motorista seja identificado e punido, para que casos como esse sirvam de alerta e reforcem a importância da responsabilidade e do respeito mútuo no trânsito.
