Representações incluem outros 10 deputados investigados por quebra de decoro parlamentar
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, encaminhou ao Conselho de Ética 20 representações que pedem a abertura de processos por quebra de decoro parlamentar contra 11 parlamentares. Entre elas, quatro solicitam a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Além do deputado, outros dez parlamentares também foram alvos de pedidos de investigação: André Janones (Avante-MG), Gustavo Gayer (PL-GO), Lindbergh Farias (PT-RJ), Gilvan da Federal (PL-ES), delegado Éder Mauro (PL-PA), Guilherme Boulos (PSOL-SP), José Medeiros (PL-MT), Sargento Fahur (PSD-PR), Kim Kataguiri (União-SP) e Célia Xakriabá (PSOL-MG).
Eduardo Bolsonaro é acusado de obstrução à Justiça e coação no curso de processo judicial. Após se licenciar do cargo, o parlamentar se deslocou para os Estados Unidos, de onde passou a defender sanções contra a economia brasileira e autoridades nacionais. Representações apresentadas no Conselho de Ética apontam que suas declarações configuram atentado à soberania e tentativa de intimidar membros do Poder Judiciário.
O deputado, por sua vez, afirma ser vítima de perseguição política. Segundo ele, a revisão das sanções comerciais impostas pelos Estados Unidos só ocorreria mediante uma anistia ampla a condenados pelos atos relacionados à tentativa de golpe após as eleições presidenciais de 2022.
O tema da anistia esteve no centro das discussões durante a paralisação dos trabalhos legislativos ocorrida no início de agosto. A proposta foi rejeitada por lideranças da Câmara, que afirmam não haver condições políticas para aprovar uma medida considerada como estímulo à impunidade.
Enquanto isso, o ex-presidente Jair Bolsonaro é alvo de acusações de liderar articulações para anular o resultado da eleição presidencial de 2022. Investigações apontam que havia planos para prender e até eliminar autoridades, hipótese negada pela defesa. O julgamento do caso foi marcado pelo Supremo Tribunal Federal para setembro.
