Um professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), campus de Ribeirão Preto, tornou-se réu por discriminação racial e transfobia após ser denunciado por ofensas dirigidas a duas alunas travestis e negras durante uma aula. O caso, que gerou ampla repercussão na comunidade acadêmica, está sendo acompanhado de perto pelo Ministério Público e pela própria universidade.
Segundo relatos, durante uma aula ministrada em março de 2025, o professor teria feito comentários depreciativos relacionados à identidade de gênero e à raça das estudantes, utilizando termos ofensivos e inadequados ao ambiente acadêmico. As alunas registraram boletim de ocorrência e formalizaram denúncia junto à ouvidoria da universidade.
A denúncia foi acolhida pelo Ministério Público, que ofereceu denúncia à Justiça por crime de discriminação racial, previsto na Lei nº 7.716/89, e por transfobia, reconhecida como forma de racismo pelo Supremo Tribunal Federal. A Justiça aceitou a denúncia, tornando o professor réu no processo.
A USP informou que instaurou processo administrativo disciplinar para apurar os fatos e que repudia qualquer forma de discriminação em seu ambiente acadêmico. A universidade também destacou a importância de promover um ambiente inclusivo e respeitoso para todos os seus membros.
O caso reacendeu o debate sobre a necessidade de políticas mais efetivas de inclusão e combate à discriminação nas instituições de ensino superior. Organizações estudantis e movimentos sociais têm se mobilizado para acompanhar o desenrolar do processo e exigir medidas concretas para garantir a segurança e o respeito à diversidade no ambiente universitário.
A audiência de instrução e julgamento está prevista para ocorrer nos próximos meses, e o professor poderá ser condenado a penas que incluem reclusão e multa, caso seja considerado culpado.
