A Universidade de Brasília (UnB) determinou a expulsão do estudante de História e youtuber Wilker Leão de Sá após conclusão de um processo disciplinar. A decisão impede que ele se matricule novamente na instituição, embora ainda caiba recurso à instância superior.
Wilker vinha sendo investigado desde o ano anterior em razão de condutas consideradas incompatíveis com os valores universitários. Entre as principais denúncias, estão a gravação de aulas — sem consentimento dos professores ou colegas — e a posterior publicação dos vídeos com tom de deboche voltado a ridicularizar docentes, terceiros e a instituição como um todo.
A situação se agravou quando Wilker usou suas plataformas digitais para expressar intenções como expor o que chamava de “doutrinação ideológica” em sala de aula, chegando a organizar protestos que incitavam violência contra membros da comunidade acadêmica. O envolvimento com plug político, aliado à divulgação desses conteúdos, motivou o aprofundamento das apurações.
Fundamentos da decisão
A reitoria da UnB baseou-se em diversas normativas internas, incluindo a Instrução Normativa nº 01/2023, que regula a conduta dos discentes. A expulsão de Wilker se deu por violação dos seguintes critérios:
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Calúnia e injúria: direcionadas a membros do corpo docente, por meio de discursos ofensivos e estigmatizantes.
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Desacato institucional: condutas desrespeitosas que desafiaram a autoridade e o ambiente universitário.
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Ações incompatíveis com os princípios da universidade: ataques deliberados à integridade do espaço acadêmico e aos direitos fundamentais de outros estudantes.
A reitora, em nota, afirmou que a medida visa preservar o clima de respeito e pluralidade que caracteriza a Universidade, reforçando que liberdade de expressão não equivale a agressão pública gratuita.
Impacto da exclusão e contexto ampliado
Wilker Leão, que acumulava quase 1 milhão de inscritos em seu canal, foi afastado das atividades acadêmicas e proibido de frequentar os campi desde a abertura do processo. A decisão marca o conflito entre direito à livre expressão e responsabilidade institucional — sobretudo em um ambiente que deve garantir segurança jurídica, ética e diálogo respeitoso.
O caso também suscitou debates sobre os limites da liberdade de cátedra, privacidade em salas de aula e uso ético das redes sociais para exposição de conteúdos acadêmicos. Universidades nacionalmente têm buscado equilibrar a preservação da autonomia intelectual com a proteção contra ataques mediáticos.
